sexta-feira, dezembro 11, 2009

Por que a gente escreve num blog?




Não falo do alto de alguma experiência. Escrevo aqui só desde fevereiro do ano passado.
É verdade que antes de entrar na faculdade eu escrevia muito mais. (entenda: escrevia muito mais meus textos livres, aqueles que você não mostra pra ninguém ou posta em um blog).

Lembro de um seriado antigo que eu gostava muito em que o personagem questionava a mulher sobre o porquê de ela estar sempre escrevendo em um diário, ao invés de viver a vida. Nunca soube se eu concordava com ele ou com ela. O fato é que sempre continuei escrevendo.

Este blog não tem o propósito de seguir algum tema ou linha de raciocínio. O objetivo dele é escrever o que me vem na cabeça e me dá vontade de colocar pra fora. Não há verdade ou mentira aqui. Talvez por isso tenha escrito este post , depois que li que no JF Blogs (não deixe de acessar, é muito útil) que a definição para meu Peixe Solúvel era Egotrip/Cultura Pop. Achei, no mínimo, interessante, pois eu mesma nunca havia pensado aonde encaixaria meu blog.

Não espero fazer grandes revelações ou conquistar 1 milhão de amigos através dele. Sem pretensões, algumas visitas vão aparecendo e todas são muito válidas pra mim. Por exemplo, no post sobre vegetarianos, cheguei até o link do Instituto Nina Rosa e realmente fiquei feliz, pois eu não posso negar que a única coisa que espero receber com este blog são os comentários de quem me lê. E que eles possam acrescentar algo para mim.

A minha maior realização é provocar alguma reação, seja ela qual for, em que chega até aqui. Se você tem paciência, vai lendo aí e se vai gostando, continua voltando. Já eu, não posso prometer alguma periodicidade de postagem, afinal dependo da minha inspiração, que não vem todo dia.

terça-feira, novembro 03, 2009


Assim que a gente nasce vira um produto.

Mamãe e papai nos enfiam em diversas atividades para nos preparar para o futuro: balé, inglês, natação, futebol... Eles têm na cabeça a perfeita imagem do que seremos e do que devemos fazer para chegar lá.

Aliás, já reparou como todo mundo, não só os pais, têm alguma expectativa sobre você? A maioria das pessoas sempre vai esperar alguma coisa de você, por isso é tão mais fácil decepcionar do que surpreender.

E atire a primeira pedra quem nunca, nunquinha, julgou alguém antes mesmo de conhecer ou ainda julga sem nunca ter nem trocado um "oi" com aquela pessoa. Somos produtos tentando nos encaixar nas prateleiras da cabeça de cada um.

E é assim que funciona, uma maneira de nos proteger: a gente prefere se aproximar de quem é parecido com a gente. Preferimos pensar que alguém tão diferente da gente não pode ser boa coisa. Queremos mudá-las porque ser/pensar/agir igual a gente é mais "normal".



Ganhamos um milhão de rótulos durante toda a vida: o chato, o engraçado, o nerd, a pati, o machão, a desengonçada, o briguento...
E com isso, perdemos. Toda forma de limitação é burra.



PS: a falta de título tem duas razões: a 1ª é que eu não consegui encontrar na minha cabeça nenhum título que eu achasse que realmente iria combinar.
A 2ª é justificativa é que a falta desse título é uma forma de dar aos leitores a chance de pensarem nos seus próprios títulos. seria quase um exercício de rotular meu texto e escolher o título de acordo com o que achou.


quarta-feira, setembro 23, 2009

Verdade ou consequência?


Existe uma grande diferença entre o que você quer e o que você precisa. Eu posso conquistar tudo o que eu quero e perceber no fim que isso não é o que preciso. Será que a gente sabe avaliar o que vai nos satisfazer daqui a alguns anos?

Talvez essa linha de raciocínio esteja errada e seja melhor optar pelo agora. Mas como viver, principalmente se você sofre de ansiedade nervosa como eu, sem pensar nas consequências do que fazemos hoje para o amanhã?

Não consigo achar um equilíbrio ao certo. A gente vai seguindo no que acredita, mas com dúvidas, é claro. Quem não tem dúvidas? Uma hora penso bem pra frente no meu futuro, outra, que tenho que aproveitar o momento. É assim com todo mundo, a gente sabe, mas dá um medo da nossa própria indecisão, de onde podemos nos levar.

Se tudo fosse soma, seria sempre ponto pra gente. Mas tem coisas que nos subtraem, que nos fazem voltar duas casas no jogo, perder uma jogada e até voltar ao início.


A vida, como um grande jogo de tabuleiro, começa com a gente querendo sempre chegar ao fim. Não é apenas uma questão de ganhar, mas de chegar lá mesmo. De provar pra você que você conseguiu. Ver o seu peão completando um ciclo.

Você não escolhe, tem que jogar Banco Imobiliário, War, Jogo da Memória, e tantos outros todos os dias.

Vamos então às regras desse jogo:
No início, conheça o trajeto que deverá percorrer.
No caminho, não trapaceie.
No fim, lamento decepcioná-los. Mas nunca tem fim. Temos sempre outras partidas pra jogar.

segunda-feira, setembro 07, 2009

A certeza


E então chega uma hora na vida que ela vem. Vem calma, mas segura. Não nos damos conta no começo da grandiosidade que é. Mas depois que acontece parece que não existia nada antes disso. É uma certeza que acompanha todos os seus passos, guia todos os seus caminhos e leva horas do seu pensamento.

Chega uma hora na vida que você vê o mundo com os olhos dos outros. Que sua alegria só é plena se a do outro também é. Que você sofre, briga, ri, chora. Pelo outro.

Paramos pra pensar que nossa vida são os outros. Somos os outros que amamos.



Vivendo um momento em que eu quero aproveitar todo o tempo com eles. Antes que acabe.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Ensaio sobre a cegueira




A gente se acostuma, mas não devia, já dizia Marina Colassanti. A sociedade aceita tudo passivamente, mas não acha que está tudo bem. Seus movimentos, seu cansaço, sua indignação, seu discurso, não condizem com suas ações. Ou sua grande falta de ação. A gente reclama da fila do banco, mas fura fila. A gente reclama da violência, mas não ouve os próprios filhos em casa. E ouvir é o primeiro passo pra entender. Mas estamos todos surdos. A gente se acostuma a acordar desejando mudar o mundo. A ir dormir frustrado e paralisado diante da própria apatia.

Esperamos por aquilo que nunca vem. Esperamos que uma oportunidade surja. E quando ela vem, vem bem diante da nossa cara, quase gritando, tão de perto, mas a gente só consegue pensar que depois vem outra chance e sempre haverá tempo. A gente se acostuma a perder. Não que isso seja de todo mal, mas nos convencionamos ao conformismo. A gente lê jornal, sabendo tudo o que está acontecendo, fica mais fácil mudar, mas não muda. Ninguém quer mudar. Ninguém sabe como. Mudar implica em alteração, em trabalho duro. Em não saber se vai dar certo.

E estamos num tempo que arriscar não vale à pena, tempo em que uma pessoa não vai mudar o mundo sozinha. Tempo em que protestos são em vão, tempo de egoísmo, de falta de se indignar, de se fazer ouvir. Estamos também mudos, preferimos nos calar diante de tudo porque uma só voz levantada não chega a lugar algum. E quando falamos, não refletimos sobre aquilo que acreditamos, nem acreditamos em nós mesmos!

Esquecemos de aproveitar as coisas boas da vida. Quando estamos de folga, ficamos neuróticos pensando em tudo o que temos para fazer depois, e quando estamos cheios de trabalho, pensamos em quanto seria bom dar uma pausa na vida. Apressados, esquecemos de ver o sol, de sentir a simplicidade da vida pulsando em nosso peito, de sorrir por dentro. Não conseguimos estabelecer prioridades e quando temos alguma conquista, logo partimos para outra luta, porque a gente nunca tem tempo de viver de verdade. Estamos privados de sentir a vida.

Não temos sequer a chance de parar pra respirar, não existe a possibilidade de parar e refletir, por que as reflexões não levam a nada. Pensar só nos torna consciente dos problemas, o que não significa absolutamente nada se a partir daí não se cria uma ação. Não há estímulo para percebermos o cheiro das flores, daquela comida feita em casa, da terra molhada da chuva. Ninguém quer falar sobre isso. Estamos esgotados. Perdemos todos os nossos sentidos diante de uma vida sem sentido.

Resta-nos, porém, um único sentido. Resta-nos enxergar, não com os olhos cansados, não sob a ótica de alguém. Resta-nos olhar de verdade para as pessoas, nos desprendermos de convenções, dos conceitos pré-determinados, das amarras da vida. Não precisamos de óculos, nem de lentes de aumento. Não estamos cegos por fora, estamos cegos por dentro. Só enxergamos o vazio, quando na verdade há um infinito para se descobrir. Só precisamos saber para onde olhar.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Apresentações


Conheça a vida.
Conheça a vida que escolheram pra você.

Conheça convenções.
Conheça escolhas feitas por seus pais antes mesmo de você nascer.
Conheça a escola.
Conheça ensinamentos que ninguém vai te mostrar.
Conheça regras.
Conheça exemplos perfeitos que ninguém jamais conseguirá alcançar.
Conheça injustiças.
Conheça situações que você não esperava passar.
Conheça a desistência.
Conheça a prova de forças que você nem sabia que possuía.
Conheça os desafios.
Conheça dúvida e conquista simultaneamente.





Conheça as palavras.
Conheça momentos em que lhe faltarão palavras.
Conheça a mentira.
Conheça palavras que não significam nada.
Conheça a verdade.
Conheça palavras que você precisava ouvir.
Conheça o amor.
Conheça fortes palpitações e faltas de ar.
Conheça a ignorância.
Conheça o atraso e perda total de tempo.
Conheça a tristeza.
Conheça olhares sem brilho.

Conheça a alegria.
Conheça sutilezas que fazem toda a diferença.

A vida dispensa apresentações.



Só pra divulgar: a maioria das imagens usadas neste blog vem do site DeviantART. Ótimo para se inspirar!


quinta-feira, agosto 13, 2009

Siga as abelhas!

"Ouvi dizer que, pelas leis da aerodinâmica, as abelhas jamais poderiam voar. Porque seu corpo é muito grande e pesado para asinhas tão miúdas. Mas elas voam assim mesmo. Sabe por que? Porque elas não sabem disso." do incrível blog da Silmara http://fiodameada.wordpress.com/

Ela tinha acabado de sofrer uma derrota. Pra ela mesma. Se fosse há algum tempo, teria chorado. Teria passado a tarde se lamentando. Mas hoje não. Hoje já era permitido errar.

E ela ficava torcendo para que, a partir daquele dia, assim como a abelha, não soubesse um monte de coisas.

Não soubesse que o mercado de trabalho por vezes vive de indicação e não de competências.
Não soubesse que pra lançar livros primeiro ele tem que ser aprovado pela editora.
Não soubesse que o tempo todo estamos sendo julgados aparência.
Não soubesse que amar pode doer.

E eu poderia listar aqui um monte de coisas que eu não gostaria de saber que é quase impossível ou muito difícil e que por isso a gente já desiste, ou cria uma certa rejeição, antes mesmo de tentar.

E para a minha derrota de hoje, eu diria que é quase impossível vencer de onde estou agora. Mas eu escolhi não saber que é difícil e lá vou eu de novo.

domingo, agosto 02, 2009

Um post estranho


A gente cresce já sabendo que se envolver com alguém é perigoso.

- "Não converse com estranhos!" - sua mãe costumava dizer.
Mas a teimosia e a curiosidade nos faz fazer amigos, nos faz gostar de quem é diferente de nós. Não dá pra viver sozinho. Por mais que você tente seguir o conselho da sua mãe, ninguém mais é estranho depois que a gente conhece. E para conhecer alguém...

É difícil confiar nas pessoas e abrir a sua vida assim para que alguém faça parte dela e aceite você exatamente do jeito que você é. Estranho pensar como é estranho que pessoas totalmente diferentes de você possam ser seus melhores amigos, daquele jeito que jamais seus irmãos, que cresceram com você, serão. Daquele jeito que é impossível pensar em não dividir um fim de namoro ou a alegria de passar no vestibular com eles.

Mais estranho ainda é pensar que precisamos de um estranho para dividirmos a vida. Pra casar, ter filhos, envelhecer. Ou menos profundamente, pra bater um papo, pra admirar, pra fazer algum serviço que não sabemos fazer, pra nos ensinar.
Estamos rodeados de estranhos que podem mudar nossas vidas.

terça-feira, julho 21, 2009

Sobre não ter


Você já deve ter ouvido isso em algum lugar. Até eu já ouvi. Só não sei aonde.
O problema maior não é ter. É não ter.

E o verbo ter aqui serve e se encaixa em várias coisas/situações. Portanto ao ler este texto você pode imaginar a sua própria coisa/situação.

Ter é você saber como é, é ter que enfrentar ou recusar, você pode até sofrer, mas vai ter sabido/sentido/vivido.

Não ter é ficar na dúvida, imaginar, fantasiar, você poderá passar o resto da sua vida imaginando como ela seria diferente se tivesse isso, a expectativa que nunca terá a chance de saber se é correspondida.

O mais triste, sem dúvidas, é não ter. Porque se conta a vida através do que já se teve, do que se tem e do que se espera ter. O oculto, o que cada um guarda pra si, é o que gostaria de ter, mas não pode, não admite que quer ou não faz nada pra ter.

E se o não ter é o mais triste, eu digo que o não ter é por onde deveríamos contar a vida. Quantas coisas que já perdemos, ou esquecemos com o tempo? São essas coisas que deveríamos estar correndo atrás pra mudar, pra conquistar, pra contar a vida a partir de um desejo, uma ideia, um sonho ou uma loucura momentânea.


sábado, julho 11, 2009

Crise musical


Desde o começo desse ano acho que não descobri "a" música. Aquela que incrivelmente parece ter sido escrita pra você, mesmo que você saiba que isso é impossível, já que o compositor nunca ouviu falar de você. Aquela que descreve o seu momento, a sua dor, embalada pela melodia mais bonita que já ouviu. Aquela que você ouve 100 vezes trancada no quarto sem enjoar e canta junto.


Ainda não veio nenhuma assim pra mim... Daí eu me peguei pensando que talvez seja porque os tempos são outros. Acho que "a" música vem mais quando somos mais jovens (é, já tenho 21). Aos 15 tudo é drama transformado em música.

Não sei o porquê de as últimas músicas lançadas não terem notas suficientes pra despertarem algo em mim. As letras me parecem óbvias demais. Nada de novo. Todas remetem a um artista do passado, uma regravação, um remix...

E assim, vou chegando a minha triste, porém certeira constatação: depois que você descobre certas coisas, o resto é cópia, mal reformulada. E é assim com tudo, por que o que é a vida sem comparação?

Tudo bem, reconheço que sempre haverá novas coisas para nos surpreenderem e todo mundo diz que temos que estar abertos para as novidades. Enquanto "a" música não chega, vou ouvindo minhas boas e velhas músicas preferidas...






sexta-feira, julho 10, 2009

Tudo o que eu queria saber e ninguém me respondeu!




Sou só eu, ou mais alguém tem a impressão de que a escola deixou mais dúvidas do que respostas?

Pra quem gosta do Calvin e quer ver mais tirinhas, vá no blog: http://depositodocalvin.blogspot.com/. Altamente recomendável o post Frases Calvinianas http://depositodocalvin.blogspot.com/2008/11/frases-calvinianas.html.

quinta-feira, julho 02, 2009

Foto e Legenda


"Agora que Michael Jackson está morto todos se lamentam, como se sua morte fosse uma tragédia nacional. Mas ele já era uma tragédia nacional todos esses anos e ninguém o ajudou. Viveu em infâmia."
(Gay Talese, pai do 'new jornalism')

"Seja qual for a razão que o legista der para a morte, não vai fazer nenhuma diferença. Jackson começou a morrer quando as acusações ganharam as manchetes. Em conluio com os acusadores estava a mídia americana."
(idem)

Conteúdo extraído da Folha de S.Paulo de 2 de julho de 2009.

terça-feira, junho 30, 2009

Em busca do diploma esquecido




Em tempos de venda de diploma em Juiz de Fora
(http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1210912-15605,00-DESCOBERTO+ESQUEMA+ILEGAL+DE+VENDA+DE+DIPLOMAS.html) e fim da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo, eis que eu estou quebrando a cabeça para fazer minha monografia...

Ironia?

Agora, toda a minha atenção e paciência está focada na minha pesquisa: "Internet: acesso livre à informação ou monopolização dos portais?”

Hum... Talvez eu mude o título, o tema, sei lá...

segunda-feira, junho 15, 2009

Chega de contos de fada!

(Até a Bela quer fazer plástica. Tsc, tsc...)



Você já fingiu ser quem não era?
Ou pelo menos desejou não ser você?

Lamento informá-lo caro leitor, mas seus problemas não acabaram!
Porque eu acho que no mundo muitas coisas podem mudar, menos o essencial de você. E é engano achar o contrário, quanto mais brigarmos com isso, mais sofreremos.

Falo das coisas bobas, como quem quer ter cabelo liso vive brigando com a chapinha enquanto quem tem cabelo lisão anda sonhando com uns cachinhos...
Falo de quem vai ter vergonha por não ser igual aos outros, por achar que aparência e dinheiro tornam alguém melhor que o outro.
Falo de quem acredita nas revistas, na televisão. De quem não acredita no que gosta, mas no que está na moda.


(Todos têm seus pontos fracos...)

Talvez no futuro inventem um remédio para falta de personalidade. Ou então o contrário, todos sejam realmente iguais em tudo, um padrão inventado e seguido.

O fato é que a gente sempre vai reclamar da família, dos amigos, querer mudar a universidade, o namorado e emagrecer 2 quilos. Se transformar parece tão mais fácil do que viver nossa própria vida. A gente acha que dá conta da vida dos outros...

Mas a ironia toda, um pouco complexa, é que se você pensar beeeeeem no fundo, a gente passa a vida inteira se achando diferente de todos e apanhando da vida pra ser igual. Porque o que ninguém contou é que somos todos uns iguais mesmo. Os mesmos medos, as mesmas fraquezas, se manifestando apenas de maneiras diferente e em tempos diferentes. Só que ninguém fica espalhando isso por aí, afinal, ninguém quer parecer estranho...



PS: eu ia reescrever esse último parágrafo pq acho que ficou confuso. Mas pensando bem, assim é melhor pq faz todo mundo reler pra entender a complexidade da teoria. Sei lá, talvez não tenha outro modo de escrever isso.

quarta-feira, maio 27, 2009

Cegonhas e estrelas

Olha só a sinopse desse livro:

Homem descobre que poderá morrer a qualquer momento e isso desencadeia uma série de questionamentos que o fazem refletir sobre o que andou fazendo de sua vida. Daí por diante, ele decide viver intensamente e aproveitar cada minuto até mesmo para as coisas mais simples que antes não dava valor.

Poderia ser só mais uma história de um cara que descobre uma doença terminal e blá blá blá blá. Existem vááários filmes assim.

Mas se você ler atentamente, verá que poderia ser você. Nós podemos morrer a qualquer momento. Não é assim? A vida é uma contagem regressiva, nossa única certeza é a morte.

A questão maior não é de onde viemos, nem para onde vamos. A questão é o que fazemos agora. Podemos fantasiar na origem da cegonha. Podemos sonhar que viraremos estrelas. Mas não podemos brincar com o nosso presente.

Não podemos vacilar nas escolhas. Entre um sim e um não, uma verdade e uma mentira, uma pisada na bola e um pedido de desculpas, está a felicidade.



terça-feira, maio 19, 2009

Para Cris


Provavelmente você já deve ter ouvido falar do blog Para Francisco. Se a resposta for negativa, deixo as palavras da própria autora na descrição:

"Um homem tem morte súbita, dois meses antes do nascimento do seu único filho. Assim nasce este blog. Tentando entender e explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe que, no caso, sou eu. Muitos questionamentos. Muitos raciocínios. Muito aprendizado. E uma pressa em falar para o Francisco sobre seu pai, sobre o mundo e sobre mim mesma (só por garantia)".

O fato já faz dois anos e seu blog deu origem a um livro de mesmo nome. Super sucesso. A autora, Cris, nesse meio tempo, também criou um outro blog o Hoje vou assim. Mega bombado e que deu ainda mais fama pra ela.

Eu que não costumo acompanhar com muita frequência os dois blogs dela, dou de cara com um post lindo no Para Francisco. A resposta da Cris para uma leitora anônima que dizia que ela tinha mudado com o sucesso. E veio uma frase que me fez compreender muita coisa:

"Entendi há pouco o sentido da frase que diz que "o mineiro só é solidário no câncer". As pessoas têm mais dificuldade de nos ver alegres, em evidência, chamando atenção. Não estão tão preparadas para isso quanto estão para nos ajudar no meio da tragédia.
Esse aprendizado foi o mais duro. Entender que, ao contrário do que sempre pensamos, é nos momentos felizes que sabemos quais são os nossos verdadeiros amigos: aqueles que, além de ajudar, se contentam ainda mais com a nossa felicidade e continuam perto de nós, independente do nosso estado de espírito".




Valeu, Cris!

PS: Essas fotos lindas foram retiradas do blog Para Francisco para ilustrar a felicidade.

domingo, maio 17, 2009

Sua vida tem sentido?




a) sim. me sinto motivado a permanecer saudável e vigoroso porque o que faço na vida é importante pra mim.
b) um pouco, mas não sempre.
c) minha vida tem sentido pra mim, mas não para os outros.
d) eu gostaria de encontrar algo significativo, mas até agora não consegui.
e) se eu fosse embora desse planeta amanhã ninguém notaria.




Um dos muitos testes que recebo no meu spam. Esse até que foi interessante porque era pra descobrir qual seria a minha verdadeira idade de acordo com meus hábitos alimentares, exercícios e comportamento.

Mas a pergunta que mais me chamou a atenção foi essa aí de cima. O modo como você encara a vida reflete muito na sua saúde e no seu tempo de vida (de acordo com o teste pode significar até 12 anos a menos na sua atual idade).

Porque você até pode guardar só pra si algumas coisas (raiva, tristezas, dores...) Mas querendo ou não, elas estão bem mais estampadas em você do que realmente você gostaria.

Eu, como não sou perfeita, não marquei a letra "a".
Como tento compartilhar experiências, não foi a "c".
Como já descobri algo significativo (só não sei ao certo como colocar em prática), não optei pela "d".
E como não pretendo acabar com a minha vida, também não foi a "e".

Marquei a "b" metade por eliminação, metade por ser verdade: Um pouco, mas não sempre. Meu sentido está sempre em mutação. Estou o tempo todo tentando descobrir o que me move.

E você, qual marcaria? Teste em:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI72521-15257,00-SUA%20IDADE%20PODE%20SER%20MENOR%20DO%20QUE%20VOCE%20PENSA.html


terça-feira, maio 12, 2009

Não seja vegetariano...


...por questões óbvias.



Seja vegetariano pelo mesmo motivo que uma pessoa é vascaína e não flamenguista. Pelo mesmo motivo que alguém vai a um show de rock e não numa micareta. Faça por gosto. E não tente discutir. Ou vir com lições de moral.

Seja um vegetariano que apenas não come carne porque não gosta. E não porque você tem pena dos animais e de todo o processo que ocorre pra um boi se tornar um bife.

Em uma pesquisa feita pela Universidade de Minnesota foram apontados os principais motivos que levam um jovem a se tornar vegetariano. 57% disseram que são vegetarianos para ajudar o ambiente. (sinceramente, esse não é o caminho mais rápido/inteligente/sensato a se tomar).

Reduzir o consumo de carne mundial ajuda sim. Mas será que essas mesmas pessoas reciclam o lixo delas em casa? E sempre priorizam o transporte coletivo ao invés do individual? E esses salvadores do mundo não demoram no banho nem de vez em quando? Se você você não é hippie eu acho que ainda está muito longe para dizer que deixar de comer carne tornará o mundo menos poluído...

Voltando para a pesquisa existe uns 17% que dizem que se tornaram vegetarianos para perderem peso. Motivo que me deixa tão irritada quanto o anterior. Aposto que quem respondeu essa alternativa deixa de comer carne, verdura, legume, doce, depois de um tempo deixa de comer... Aí sim ele vai perder peso.

Da próxima vez que te perguntarem porque você é vegetariano, responda simplesmente:
- Porque eu não gosto de carne.

Afinal, gosto não se discute, já os outros argumentos, aí sim vou querer discutir com você.


Agora, se for deixar de comer carne para emagrecer, eu diria que não é somente uma questão do que você come, mas sim de quanto você come.

domingo, maio 10, 2009

Os filmes e a melancolia



“Se eu tive problemas, não foi por falta de felicidade”
do filme Divã que acabei de assistir.



Filme muito bom, daqueles que vão entrando na cabeça sem a gente perceber. E quando vai ver, já estamos totalmente envolvidos na história. É uma comédia. É um drama. É real.

Se eu tivesse talento, seria roteirista. Taí uma profissão que invejo de verdade. Mais do que saber escrever bem, saber dar vida às palavras.

Todos os meus roteiros estão inacabados. E não tive peito para fazer cinema em outra cidade. (se eu não sabia o que queria, como me arriscar?)

Minha frustração talvez seja tanta, que mesmo não tendo certeza de nada, fico melancólica quando assisto a bons filmes.


Assista ao trailer: http://www.youtube.com/watch?v=5W_S0QN522E



sexta-feira, maio 08, 2009

Relicário



Eu sou uma pessoa igual a todo mundo. E diferente.

Engraçado isso porque na vida vai ter momentos em que tudo o que a gente quer é ser igual aos outros (principalmente nos momentos que a gente quer se comparar com alguém que tem algo melhor que a gente).

E tem outros que a gente se orgulha muito de ser original. De ser esse ser complexo e estranho, onde só você entende a sua dor e sabe exatamente o que está sentindo.

Um paradoxo que vai mais além quando analisamos nossos relacionamentos. Relacionar-se com uma pessoa significa respeitar essas diferenças, que teimam em ser ainda mais diferentes em momentos de crise.

Eu acredito em várias formas de relacionamento e sei que cada um vai levar consigo sua forma de amar. Mas só uma serve pra mim. Só consigo amar uma pessoa de cada vez. Simplesmente, pra mim, só há espaço para uma pessoa por vez...

Tem gente que diz amar, mas não pensa no outro verdadeiramente. E tem os piores exemplos, que só dão valor quando perdem o que tinham. Os possessivos, ciumentos, vaidosos, indiferentes. Eu não chamo isso de amor.


Todo amor deveria ser tipo um relicário. Só cabe uma pessoa e dá para levar aonde você for.

quarta-feira, abril 29, 2009

Referenciais são tudo na vida!




Eu tenho uma teoria de que uma pessoa, independente do lugar em que ela cresceu e vive, dos pais, dos amigos e de qualquer outra coisa ou lugar, sempre vai ter sua essência inalterada (é, ainda acredito na ética).

A gente tem muita tendência de achar que só porque uma pessoa nasceu numa favela vai ser mal-educado, ou até bandido. Essa coisa bem retrógrada de associar dinheiro a bons costumes.

Não vou perder meu tempo aqui explicando essa primeira parte da teoria até o fim do post ou dando exemplos de pessoas bem endinheiradas que nos roubam descaradamente todos os dias com direito aparições na tv e celas especiais.

O negócio é a segunda parte da minha teoria.
Uma coisa que eu acredito que seja determinante na formação do caráter, principalmente no caráter criativo, são as referências que as pessoas terão na vida. As referências de cultura (pop, besteirol, educacional, o que for!).

E as referências são tudo! Quanto mais você tiver, sobre mais assuntos você poderá conversar e o que é mais interessante: você poderá criar! Sim, porque para inventar algo que nunca existiu, é preciso conhecer muito do que já existe. (alguém já fez o trabalho para você chegar até aqui)

E eu precisei de explicar a minha teoria só pra falar que ela me fez lembrar de que quando eu era criança tinha coisas bem legais de referência. E, se usadas da maneira correta, podem ser muito úteis no futuro!

Hora de ver que o tempo investido na televisão pode ser chamado também de ócio criativo:






(tem que clicar na imagem pra ela ficar grandona e vc ler melhor!)



domingo, abril 26, 2009

Por que não jornalismo?



Antes de tudo, gostaria de deixar claro que este não é um post contra o jornalismo.

- Oi! Você faz que faculdade mesmo?
- Comunicação. (essa sou eu)
- Ah, que legal! Você vai ser jornalista.
- Não!
- Ué, então o que você quer fazer?
- Não sei!!!!
- O que você gosta?
- Eu fiz comunicação porque gosto de ler e escrever.

Visão bem geral das coisas essa de gostar de ler e escrever pra fazer Comunicação. Eu podia gostar disso e fazer Letras. Ou talvez guardar estes gostos só pra mim e fazer Engenharia. Uma coisa não anula a outra, né não?

Pois bem, eis que eu no auge dos meus 17 decido que quero partilhar com o mundo minhas palavras e fazer disso meu ganha pão. E pra piorar, entrar na faculdade só me confirmou o que eu já sabia. Eu não sou uma jornalista.

Explico minha visão mal-humorada das coisas: a faculdade me ensinou a podar meu texto para que ele ficasse mais, digamos, jornalístico. Agora, tudo que eu tinha que fazer era contar no primeiro parágrafo tudo o que tinha acontecido. Se possível, na primeira linha, o mais resumido e objetivo possível. Bem-vindo ao jornalismo impresso.

Segunda coisa: esse negócio de que jornalista dá voz ao povo, denuncia as injustiças é muito legal mesmo. Admirável quem faz jornalismo investigativo. Mas me soa um pouco superficial dar voz à Dona Maria que reclama que nunca chega água encanada no bairro onde ela mora. O trabalho do jornalista é contar sim a história da Dona Maria, mas no dia seguinte ele já tá contando a história do Seu João: analfabeto e desempregado que roubou um sabão em pó e um pacote de bolachas no supermercado porque não tinha dinheiro pra dar uma vida digna à família. E no dia seguinte tá o repórter lá bonitão sorrindo pra contar a história de Seu Asdrúbal, faxineiro, que achou 5 mil dentro do lixo e entregou ao dono.

(...)

(já disse que não é um post contra o jornalista. leia até o fim, pô!)

E assim segue o jornalista, cheio de histórias contadas pelo caminho. Cheio de desabafos, reclamações e egos dos entrevistados. Tudo transformado em matéria pra cumprir o dead-line.

Mas nada substitui a sensação de ver a pauta se transformando em matéria. A emoção que dá de transformar os fatos em textos (ainda que não imparciais). De ver aquela matéria pra televisão editada do jeito que você imaginou.
Por que não jornalismo? Por que eu fujo do tradicional lead*. Por que minhas palavras são mais poéticas ou duras pra caber num texto pré-formatado. Por que a televisão vende uma fórmula onde não cabe os experimentalismo do cinema, ou, pra ser mais profundo, da arte.

E por que um jornal, após mostrar corrupção, violência e descaso, sempre termina com um boa noite e vai todo mundo ver a novela felizão!

Maaaaaaas, jornalismo não é só isso.
Tem espaço sim pra quem quer escrever mais do que um lead. Viva sempre as matérias especiais e aos colunistas. E tudo bem, eu me informo também pelas matérias tradicionais. Só não gosto de escrevê-las.

Um viva também para as revistas, blogs, matérias experimentais e a todos que estão tentando transformar o jornalismo em uma coisa mais real.

Por fim, um viva aos jornalistas! (viu só, falei que não era contra!)
Escrever quando nem sabemos se vai existir jornal daqui a 10 anos, quando quase ninguém mais gosta de ler. Quando tem um montão de analfabeto funcional sendo formado por aí.


E quando há dúvidas se deve ser obrigatório ou não o diploma pra ser jornalista. (espero, sinceramente, que antes dessa questão ser resolvida, a qualidade da formação acadêmica do profissional seja repensada. Afinal, se esses 4, 5 anos não estão fazendo diferença, o que aquele bando de universitário tá fazendo lá?)

Como em toda profissão, temos os bons e os maus jornalistas. E as boas maneiras de se exercer a profissão.

Um viva então aos bons jornalistas!
Ainda não me decidi se vou me juntar a vocês no futuro. Por enquanto, sigo lendo minha Folha todo dia, vendo sites de mais jornais e revistas. E, dando até boa noite pro Bonner.


* a primeira parte de uma notícia, geralmente posta em destaque relativo, que fornece ao leitor a informação básica sobre o tema e pretende prender-lhe o interesse (by wikipedia)

sexta-feira, abril 24, 2009

Fique em casa


O mundo está cheio de pessoas babacas. E sem noção.

Então se você simplesmente não está a fim de fazer nada, fique em casa.

Se você for fazer merda, saia antes do lugar.

Se for falar algo que vai machucar alguém, não fale.

Mas se, inevitavelmente, você tiver que ir trabalhar com dor de cabeça, estressado, dirigir num trânsito infernal, sem dormir e com fome, vá e respire fundo.

Afinal, niguém tem nada a ver com isso.

Já pensou que a pessoa do seu lado pode estar exatamente como você?

quinta-feira, abril 23, 2009

O que ninguém quer ver

Você já se sentiu invisível?
Provavelmente sim.





Na escola, quando foi o último a ser escolhido pro time na aula de Educação Física.
Ou quando você estava mal e ninguém veio perguntar o porquê.
Quando sua presença parecia dispensável.
Quando você estar ali incomodava secretamente.

Era um outro tipo de exclusão ou indiferença. Eles te viam sim, mas você não estava lá.



Imagine então trabalhar com o que deveria ser invisível? Com aquilo que é literalmente jogado fora, porque depois ninguém quer se importar com o seu destino.

Imagine fazer disso a sua vida, seu ganha pão.

Durante 3 dias eu escolhi ser invisível. Sentir na pele o que era ser um gari para entender a profissão e o destino do lixo.

A proposta veio através de um documentário produzido no ano passado para a faculdade. Em 3 dias, eu e outro menino da minha equipe nos vestiríamos como garis e trabalharíamos como garis. Aceitamos em tom de brincadeira, porque estávamos animados com a possibilidade. Mas só a gente sabe o sentimento que guardamos disso tudo.


Não foi o cheiro ou o trabalho pesado que me incomodaram. Foi muito mais difícil ser invisível.


sexta-feira, abril 17, 2009

Desabafo



O derrotista


O pior não era a ausência de sentimentos. Era sentir demais. Sentir por todos.

Não saber dosar a tristeza, ou sempre conter a alegria. O pior era querer salvar o mundo e ter sempre a sensação de impotência. Não podíamos tudo. Não bastava querer. Não bastava sentir.

E toda vez que pensava por eles, era devolvida só a indiferença. Não havia compreensão, só competição.

Não se pode ter medos, é preciso arriscar. As pessoas irão cobrar se houver sentimentos demais, dirão que está misturando as coisas. É tempo de ser frio e calculista.

Não se pode ser fraco ou perder tempo sonhando. É tempo de agir, não se conta a vida por suas alegrias, mas por realizações que os outros querem ver em você.

Não se pode protestar. Ou mesmo se indignar. É tudo um absurdo pros outros, como se você fosse o agitador querendo briga. Você não tem direito de ser livre pra pensar. É perda de tempo querer parar para refletir o que está fazendo. Não questione, apenas faça melhor que os outros. Temos que ser bons em tudo.

Não é admitido envelhecer. Não deixe que as marcas do tempo se reflitam em você. Não guarde nada. Só dinheiro.







...

E quem não sentia, ia passando pela vida. Quem sentia, ia levando vidas.



Desculpe o texto torto. Mas é que precisava dizer.




segunda-feira, abril 13, 2009

Desligue a televisão e vá...



... ler um livro!



"Para que ter um emprego? Para que ter uma casa de dois andares em uma rua arborizada? Para que uma cafeteira, uma máquina de lavar, um tíquete de metrô? Abrir uma conta no banco, ter um cartão de crédito, assinar contratos? Despertador, TV a cabo, férias na Riviera? Crianças na escola, carro do ano, comida na geladeira? Quem disse que a vida precisa ser só isso? É essa vida que você escolheu? Tem certeza de que você precisa disso?
Relaxe. Sinta o sangue correndo em suas veias. Feche os olhos. E prepare-se para a viagem."


Trainspotting na gíria escocesa é uma atividade sem sentido, algo que é uma total perda de tempo.

"Explicitando toda a dor e a banalidade de ser jovem em um mundo de portas fechadas, os personagens preferem se perder em um mundo de contravenções, vagar pelas ruas sem rumo, a ceder a uma vida adulta que não faz o mínimo sentido" (Trainspotting de Irvine Welsh)

Escrever sobre coisas que eu gosto normalmente é difícil. Se fosse sobre algo que eu não gostasse, era só falar mal e pronto. Mas este livro é fantástico, não sei explicar o porquê. E é exatamente por isso que eu gosto, as coisas mais impressionantes não têm explicação, elas falam por si próprias. E quando se vai ver, elas já fazem parte de você.


Pra quem tem preguiça de ler livros, tem o filme Trainspotting também, com o Ewan McGregor. Mas nada substitui a acidez das palavras de Welsh.




Perfeito pra quem se acha incompreendido e sozinho num mundo que mal se compreende também. Pra quem cresceu, mas não gosta das regras que isso implica. Pra quem não quer ser mais um adulto frustrado e inconformado.

terça-feira, março 31, 2009

Sublime

Eu não acredito em anjos da guarda, eu acredito em pessoas.

Estava andando pela rua carregando, sem brincadeira ou exagero, uns 7 quilos de materiais nas costas. Peguei ônibus, desci e andei pela rua mais movimentada da cidade. Todo mundo olhando meu andar torto e com dificuldade. Todo mundo fingindo que eu não estava ali.

Até que resolvi parar para arrumar minhas bolsas e descansar.
Aí veio ela: uma velhinha bem simpática se oferecendo pra me ajudar a carregar as coisas.

E eu não sei porque, mas achei injusto, no meio de tanta gente mais nova, mais atlética, mais forte, justamente ela se oferecer para carregar. Eu, muito sem graça, claro, dei a ela o item menos pesado (não existia o mais leve...).

E ela que tinha uma síndrome de nome esquisito no metacarpo, foi andando comigo, dizendo que eu deveria tomar cuidado pois poderia ter alguma lesão na coluna.

Odeio silêncio entre duas pessoas que acabaram de se conhecer.

Mas por um momento, ninguém falou nada. E eu olhei pra ela e a velhinha parecia estar feliz. Aquela tal da felicidade boba, que a gente não sabe explicar como surge. Tinha satisfação nos seus olhos.




A gente se despediu, eu a agradeci e ela me desejou felicidades. Acho que eu nunca mais vou ver ela de novo. Acho até que vai demorar muito para eu viver algo parecido novamente. Pessoas que se doam são raras.

sexta-feira, março 20, 2009

quarta-feira, março 18, 2009

PUBLICIDADE LITERÁRIA



(clique na imagem e ela fica grandooona)


Estreiando...
Lucíola, de José de Alencar.


terça-feira, março 17, 2009

Metade do caminho



Bom, não cheguei exatamente a completar minhas tarefas, mas o bom é que aqui eu posso tanto cumprir, quanto descobrir que não vai dar certo. Não que eu não me esforce. Ou seja preguiçosa.

Dia desses eu completei metade do caminho para duas coisas:



Dirigir (tô esperando minha licença pra começar as aulas práticas, meodeos evitem sair na rua)

Correr (serve caminhada? brincadeira, não vou enganar vcs, vou correr, mas por enquanto preciso de um tempo caminhando até me acostumar ao não sedentarismo, algo como "saindo da inércia")



Não sei vocês, mas eu acho que a primeira metade é sempre a mais difícil. É a hora que você decide fazer realmente o negócio. Depois disso, só tem duas opções: terminar, ou desistir. E nenhuma é pior que a outra.



Claro que ninguém conta na vida suas meias-conquistas, nenhum maratonista acha que ganhou ainda na metade da corrida.

A gente nunca vai saber como vai ser no fim, lá na linha de chegada. Por isso iniciar uma realização é desafiante, é se propor a entrar no desconhecido.


É beeeem óbvio, mas a graça às vezes está no mais simples: você só chega no final, se um dia começou.





sexta-feira, março 13, 2009

Para tudo!



Gente, agora para tudoooooooo!

Este blog interrompe suas postagens para informar algo muito, muito bizarro mesmo: o nascimento de dois porquinhos que nasceram sem os seus focinhos de tomada! E tudo isso por causa da poluição. Olha isso:




A notícia está no blog: http://colunas.globorural.globo.com/bloggloborural/2009/03/13/porcos-nascem-sem-focinho-por-causa-da-poluicao/



Aviso: Este blog não tem a intenção de fazer posts no estilo eco-chato, mas acredita que nossas ações devem refletir não só o que queremos ser, mas também o que queremos que os outros sejam.

domingo, março 08, 2009

Mulheres no volante



Todo mundo tem uma piadinha maldosa sobre mulheres dirigindo.
Logo, logo, eu estarei por aí nas ruas aprendendo a dirigir. Nunca nem liguei um carro!

Taí mais uma coisa a se fazer: tirar carteira de motorista!

Enquanto isso, divirtam-se com um vídeo (bem machista por sinal), de mulheres no volante. Aposto que foi tudo montado, combinado e as mulheres no final receberam um cachê bem gordo por isso!

http://ovidahein.blogspot.com/2009/02/mulher-no-volante.html

sábado, março 07, 2009

O JULGAMENTO

Quando você escreve em um blog sabe que está sujeito à críticas, comentários maldosos e elogios. A questão é: você está preparado para isso?


Mais: você está preparado para ser julgado todos os dias? (e nem precisa ter um blog, você me entendeu)

Ouço muita gente falar que não se importa com a opinião alheia. Mas duvido que ninguém fique um pouco abalado com comentários, pensando se o que falam da gente tem um fundinho de verdade. Ninguém é totalmente livre, mesmo que só o que a gente queira fazer, seja o que der na telha.

Tudo bem se abalar. O problema é ficar paralisado, sem se permitir.

Quando esse sentimento bate, sempre penso em duas pessoas que me inspiram superação. Elas não são só julgadas pela sua mãe, seu pai, seus amigos ou seu círculo social. Elas enfrentam e encaram o mundo de frente. Todos os dias.




Polêmicos, os dois já estiveram no auge, mas passaram por situações em que ninguém acreditou muito que voltariam. Já aprontaram em festas, engordaram e foram alvos muitas críticas. Muitas.




Ah, os dois também já tiveram a sua fase careca.




Eis que os dois estão de volta.
Ela acabou de estrear sua nova turnê do disco Circus e ganhou em todas as categorias que estava indicada no último Video Music Awards da MTV.




Ele, de volta ao Brasil, teve mais uma recuperação "milagrosa" após se machucar em campo e estreou recentemente no Corinthians.




Quer maior exemplo de superação?

Na minha vida quando cometo algum deslize, não viro capa de jornais sensacionalistas. Tudo bem que também não assino contratos multi milionários.

Não vou entrar na discussão de que como figuras públicas, eles tem uma certa responsabilidade em dar bons exemplos de conduta. A questão aqui é meramente humana.

Ainda bem que temos ídolos que não são ídolos de pedra. São de carne e osso, como já dizia Pitty.

Ainda bem que eles erram. Ainda bem que se levantam. Igualzinho a gente.


quinta-feira, março 05, 2009

Things to do




- Correr (tipo acordar cedo, fazer alongamento, igual as pessoas que me parecem tão saudáveis quando usam aquelas roupas e saem pra uma corrida)




- Bombar o blog (sou só eu ou alguém mais percebeu que não temos nenhum comentário? eu mesma leio vários blogs e não comento em nenhum hehehe, vou começar a fazer isso com meus colegas)





- Ainda não cozinhei um prato que nunca fiz... Essa frase ficou meio óbvia, né? Mas é sobre a tarefa que ainda não cumpri lá do outro post. Aqui


- Aceito sugestões!

quarta-feira, março 04, 2009

E fez-se a luz!

Eu aprendi como trocar uma lâmpada
Parece um trabalho fácil
Mas no alto da minha escada que balança
Olhar pra cima foi difícil
Me senti uma equilibrista tentando encaixar a lâmpada, rodar, ver se dava certo...
Aí a luz acendeu eu fiquei feliz e até esqueci de contar pra vocês aqui no blog...
hehehehe

Ah, nem foi tão difícil assim...

(Sobre coisas banais que fazemos todos os dias e podem ser legais e úteis)


Post mais besta!
Mais uma tarefa completa!

domingo, março 01, 2009

Sem noção?! E daí?

Oi!


Cumpri minha primeira tarefa! Como tinha prometido sair por aí em público com uma roupa que nunca usaria, resolvi encarar umas das minhas peças mais exóticas (desculpe se alguém aí tem essa peça no guarda-roupa). Saí com um short verde-limãozão!!!





Não sei se desapontei quem achou que eu ia sair mega montada como a Lady Kate do Zorra Total, mas foi difícil pra mim, tá?

Primeiro quem estranhou foi o pessoal daqui de casa. Eu percebi pela cara deles, mas ninguém falou nada. O meu porteiro também ficou olhando com uma cara de que não estava me reconhecendo. Eu acho que é porque nunca uso shorts, só em casa. Sei lá, prefiro saia ou vestido, fica mais confortável.

Na rua foi pior. Parecia que estava todo mundo olhando pra mim. E pra piorar logo que piso na calçada vejo três meninas de short jeans cor AZUL, como é de se esperar de pessoas normais e que sabem o básico da combinação de roupas.

Tinha a impressão de que todos me olhavam, pensando: "Que coragem!", "Que sem noção!" hahaha. Coisas assim que só passam na cabeça da gente quando estamos desconfotáveis com determinada situação.

Depois que dei uma relaxada, dei uma boa olhada em volta. Até que não tinha tanta gente olhando assim pra mim, não. Fiquei impressionada como a nossa imagem se relaciona com o que sentimos... Até mais do que deveria.

Acho que o medo do ridículo nos impede de viver novas experiências. Prova disso é que criaram uma data especial para você sair na rua do jeito que quiser. Não é à toa que o Carnaval para a maioria é a época mais divertida do ano.

Dá pra adaptar o espírito carnavalesco na sua vida e começar a sair mais disposto a se divertir. E nem pecisa de fantasia. Tipo a Beth Ditto cantora do The Gossip, que não é o exemplo de padrão de beleza, mas foi eleita a pessoa mais cool de 2006 pela revista NME. Ela é sem noção?




Acho que vou até lançar uma campanha: "Perca sua noção por um dia!" O que acham?