terça-feira, novembro 03, 2009


Assim que a gente nasce vira um produto.

Mamãe e papai nos enfiam em diversas atividades para nos preparar para o futuro: balé, inglês, natação, futebol... Eles têm na cabeça a perfeita imagem do que seremos e do que devemos fazer para chegar lá.

Aliás, já reparou como todo mundo, não só os pais, têm alguma expectativa sobre você? A maioria das pessoas sempre vai esperar alguma coisa de você, por isso é tão mais fácil decepcionar do que surpreender.

E atire a primeira pedra quem nunca, nunquinha, julgou alguém antes mesmo de conhecer ou ainda julga sem nunca ter nem trocado um "oi" com aquela pessoa. Somos produtos tentando nos encaixar nas prateleiras da cabeça de cada um.

E é assim que funciona, uma maneira de nos proteger: a gente prefere se aproximar de quem é parecido com a gente. Preferimos pensar que alguém tão diferente da gente não pode ser boa coisa. Queremos mudá-las porque ser/pensar/agir igual a gente é mais "normal".



Ganhamos um milhão de rótulos durante toda a vida: o chato, o engraçado, o nerd, a pati, o machão, a desengonçada, o briguento...
E com isso, perdemos. Toda forma de limitação é burra.



PS: a falta de título tem duas razões: a 1ª é que eu não consegui encontrar na minha cabeça nenhum título que eu achasse que realmente iria combinar.
A 2ª é justificativa é que a falta desse título é uma forma de dar aos leitores a chance de pensarem nos seus próprios títulos. seria quase um exercício de rotular meu texto e escolher o título de acordo com o que achou.