terça-feira, novembro 03, 2009


Assim que a gente nasce vira um produto.

Mamãe e papai nos enfiam em diversas atividades para nos preparar para o futuro: balé, inglês, natação, futebol... Eles têm na cabeça a perfeita imagem do que seremos e do que devemos fazer para chegar lá.

Aliás, já reparou como todo mundo, não só os pais, têm alguma expectativa sobre você? A maioria das pessoas sempre vai esperar alguma coisa de você, por isso é tão mais fácil decepcionar do que surpreender.

E atire a primeira pedra quem nunca, nunquinha, julgou alguém antes mesmo de conhecer ou ainda julga sem nunca ter nem trocado um "oi" com aquela pessoa. Somos produtos tentando nos encaixar nas prateleiras da cabeça de cada um.

E é assim que funciona, uma maneira de nos proteger: a gente prefere se aproximar de quem é parecido com a gente. Preferimos pensar que alguém tão diferente da gente não pode ser boa coisa. Queremos mudá-las porque ser/pensar/agir igual a gente é mais "normal".



Ganhamos um milhão de rótulos durante toda a vida: o chato, o engraçado, o nerd, a pati, o machão, a desengonçada, o briguento...
E com isso, perdemos. Toda forma de limitação é burra.



PS: a falta de título tem duas razões: a 1ª é que eu não consegui encontrar na minha cabeça nenhum título que eu achasse que realmente iria combinar.
A 2ª é justificativa é que a falta desse título é uma forma de dar aos leitores a chance de pensarem nos seus próprios títulos. seria quase um exercício de rotular meu texto e escolher o título de acordo com o que achou.


4 comentários:

Flaviane Paiva disse...

"Toda forma de limitação é burra" e se todos fossem iguais o mundo seria um marasmo terrível. Viva a diferença!

Michelle Lima disse...

Sabe, olhão, eu acredito que nossos textos sempre têm alguma ligação, mesmo que subconsciente.

Quando você - genialmente - afirma: "A maioria das pessoas sempre vai esperar alguma coisa de você, por isso é tão mais fácil decepcionar do que surpreender", eu de cá encontro uma das principais respostas para a minha lamentação do dia: as pessoas não vivem o "hoje".

É isso. Muitas não o faz exatamente pelo medo do rótulo, por medo da ação, da consequência, do retorno. Sem saber que o melhor retorno vem de dentro. Sempre. E será, sem sombra de dúvidas, o mais sincero.

Beijo, lindona!

Renan Caixeiro disse...

O título seria "egotrip" ?hehehe

JaqueHarumi disse...

(Demorei, mas apareci!)
Rótulos? Realmente: qm já ñ recebeu vários deles (e, no veneno do ser humano, tb não rotulou)?
Além de viver o hoje, acredito que nos falta reconhecer as falhas como inerentes ao ser humano e ressaltar os aspectos positivos das situações e as qualidades das pessoas.
Confesso que já sofri mto por rótulos, mas com o tempo percebi que só me fizeram fortalecer!